O Boeing 707 é um jato comercial de quatro motores, desenvolvido pela Boeing no início dos anos cinquenta, para transporte de passageiros a longa distância.
Ele é comumente chamado de "sete, zero, sete" A Boeing entregou um total de 1.010 aeronaves 707, que dominaram o transporte aéreo de passageiros na década de sessenta e boa parte dos anos setenta, quando passaram a dividir seu domínio com os B747, lançados pela própria Boeing, A Boeing também ofereceu uma versão menor e mais rápida do 707, que foi comercializada como Boeing 720.
Embora não tenha sido o primeiro jato comercial em serviço, o B707 foi o primeiro a obter êxito comercial, por isso ele ficou conhecido como o avião, que realmente iniciou a era do jato na aviação comercial do mundo todo. Por conta do sucesso do B707, a Boeing se firmou como a maior fabricante de aeronaves comerciais, criando a partir do lendário 707, a série "7x7" para designar os próximos lançamentos.
Desenvolvimento
O projeto do B707 foi baseado em uma aeronave bastante conhecida na época, o B367-80. O "Dash 80" levou menos de dois anos desde o lançamento de projeto em 1952, até o rollout no dia 14 de maio de 1954. Isto foi possível, graças à força dos motores JT3C da Pratt & Whitney, que era a versão civil do J57 usado em muitas aeronaves militares da época, inclusive no bombardeiro B-52.
O protótipo do B707 foi concebido para o exército americano e adaptado para uso civil. A força aérea dos Estados Unidos foi a primeira cliente deste projeto do B707, usando-o como avião abastecedor, o famoso KC-135 Stratotanker. Era praticamente certo, que o B707 seria lucrativo no transporte de passageiros. Na época, a Boeing bancava quase tudo com recursos próprios, desde o projeto até a produção e basicamente sobrevivia do dinheiro de seus contratos com o exército americano. Seu último projeto de avião de passageiros, o Boeing 377 Stratocruiser, tinha dado um prejuízo de aproximadamente US$ 15 milhões, antes que fosse comprado pela força aérea americana como KC-97 Stratotanker.
As 132 polegadas (3,350 mm) da fuselagem do Dash 80 (nome de projeto do 707), só eram largas o bastante para duas fileiras com duas poltronas de cada lado do avião, como no Stratocruiser.
Para responder à demanda dos clientes e sob a pressão da competição com a Douglas, a Boeing percebeu logo, que esta configuração não levaria uma carga útil viável economicamente, assim decidiu alargar a fuselagem para 144 polegadas (3,660 mm), igual ao KC-135 Stratotanker, o que permitiria se sentar seis passageiros lado a lado e o uso compartilhado da estampagem do KC-135. Porém, a Douglas tinha lançado seu DC-8 com uma largura de fuselagem de 147 polegadas (3,730 mm). As empresas aéreas gostaram do espaço extra oferecido pela Douglas e assim a Boeing foi obrigada a aumentar a largura da cabine do 707 novamente, para 148 polegadas (3,760 mm). Isto significou, que pouco da estampagem que foi constituída para o Dash 80 era utilizável para os 707. O custo extra significou, que os B707 não seriam lucrativos para a Boeing, até alguns anos depois destas modificações necessárias.
O primeiro vôo da primeira série do B707-120, aconteceu no dia 20 de dezembro de 1957 e sua certificação da FAA data de setembro de 1958.
O primeiro vôo da primeira série do B707-120, aconteceu no dia 20 de dezembro de 1957 e sua certificação da FAA data de setembro de 1958.
Um Krueger flap foi instalado ao longo do bordo de ataque das asas. A altura do estabilizador vertical foi aumentada, e um estabilizador pequeno foi acrescentado na parte inferior da fuselagem, que agia como um "para-choque" durante as decolagens com o nariz excessivamente alto.
O modelo standard inicial foi o B707-120 com motores JT3C, porém a Qantas pediu uma versão de fuselagem mais curta, que foi chamada de 707-138 e a Braniff encomendou uma versão de alto desempenho com motores Pratt & Whitney JT4A, para o B707-220. O derivado principal final foi o B707-320 que se caracterizou por uma asa estendida e motores JT4A, enquanto os B707-420 eram iguais aos "-320", mas com motores Rolls-Royce Conway turbofan, para atender a um pedido da Air Canadá. Exigências de certificação britânicas relativas ao "engine-out go-around", também forçaram a Boeing a aumentar a altura do leme em todas os modelos do B707, como também adicionar uma barbatana ventral.
O motor dominante para o Boeing 707 era o Pratt & Whitney JT3D, uma variante do turbofan JT3C com menor consumo de combustível e com empuxo maior. Os aviões com motores JT3D foram denominados 707s e 720s com um " sufixo de B ". Enquanto muitos 707-120Bs e 720Bs tinham conversões de motores JT3C, aumentado o empuxo original, os 707-320Bs só estavam disponíveis como aeronaves novas, pois tiveram sua estrutura reforçada para suportar um maior peso de decolagem, aumentado em 19,000 lb (8,600 kg), junto com modificações secundárias para a asa.
A variante final do B707, foi o 707-320C (C para " Conversível "), que era provido de uma porta de carga na parte da frente da fuselagem, logo após a porta de embarque dianteira. Esta aeronave também teve uma asa significativamente reforçada. Isto proveu uma melhoria adicional de desempenho na decolagem e no pouso, como também permitiu remover a barbatana ventral. Os B707-320Bs foram fabricados a partir de 1963, usando a mesma asa dos -320C e eram conhecidos como B707-320B.
A variante final do B707, foi o 707-320C (C para " Conversível "), que era provido de uma porta de carga na parte da frente da fuselagem, logo após a porta de embarque dianteira. Esta aeronave também teve uma asa significativamente reforçada. Isto proveu uma melhoria adicional de desempenho na decolagem e no pouso, como também permitiu remover a barbatana ventral. Os B707-320Bs foram fabricados a partir de 1963, usando a mesma asa dos -320C e eram conhecidos como B707-320B.
A produção dos B707 para passageiros terminou em 1978. No total foram construídos 1.010 unidades do B707 para uso civil, entretanto muitos destes foram adaptados para o serviço militar. As variantes militares permaneceram em produção até 1991.
Ainda são encontradas partes dos B707 nos B737, que usam uma versão modificada da fuselagem do B707, como também essencialmente o mesmo nariz externo e configuração de cabine dos pilotos como os 707. Estes também eram usados no Boeing 727, enquanto o Boeing B757 também usou o B707 no corte transversal da fuselagem.
O governo chinês patrocinou o desenvolvimento do Shangai Y-10 durante os anos setenta, que era uma cópia do B707, porém não entrou em produção.
Histórico operacional
O primeiro pedido comercial de compra do B707, foi feito pela Pan Am, em 13 de outubro de 1955, encomendando 20 Boeing 707 e 25 Douglas DC8, aumentando assim, de forma dramática a oferta de assentos nos voos comerciais, em cima de sua frota de aeronaves a hélice. A competição entre os B707 e o DC-8 era feroz. Várias das principais linhas aéreas, só encomendaram o DC-8, porque a Douglas Aircraft era na época o fabricante mais experiente na produção de aeronaves comerciais para passageiros. Para ficar competitiva, a Boeing tomou a cara decisão de redesenhar e aumentar a asa do B707, para ganhar um aumento de carga útil. A versão nova foi numerada como B707-320.
A Pan Am, foi a primeira empresa aérea a operar os B707; o primeiro vôo comercial desta aeronave foi de New York para Paris no dia 26 de outubro de 1958, com uma escala para reabastecimento em Gander, Newfoundland. A American Airlines operou seu primeiro B707 em vôo doméstico no dia 25 de janeiro de 1959. A Continental Airlines introduziu seus dois primeiros B707 três meses depois do primeiro operador norte-americano haver implantado o B707 amplamente no serviço doméstico. As empresas aéreas, que haviam encomendado somente o DC8, como a United, Delta e Eastern, tiveram que esperar até o próximo setembro para operar seus B707, por conta disso perderam mercado, principalmente o dos voos intercontinentais.
Os B707 rapidamente se tornaram o avião a jato mais popular de seu tempo. Sua popularidade conduziu a desenvolvimentos rápidos em terminais de aeroportos, pistas de pouso e decolagem, serviço de bordo, manuseio de bagagem, sistemas de reservas e infraestrutura do transporte aéreo. O advento do B707, também contribuiu com a melhoria do controle de tráfego aéreo e segurança de voo.
Os B707 rapidamente se tornaram o avião a jato mais popular de seu tempo. Sua popularidade conduziu a desenvolvimentos rápidos em terminais de aeroportos, pistas de pouso e decolagem, serviço de bordo, manuseio de bagagem, sistemas de reservas e infraestrutura do transporte aéreo. O advento do B707, também contribuiu com a melhoria do controle de tráfego aéreo e segurança de voo.
Ao final dos anos sessenta e com o crescimento exponencial das viagens aéreas o B707 começou a se tornar uma vítima de seu próprio sucesso. Os B707 eram agora muito pequenos para dar conta da densidade de passageiros, aumentada nas rotas para as quais foi projetado. Aumentar o comprimento da fuselagem não era uma opção viável, porque a implantação de aviões maiores, mais potentes, precisaria de uma infraestrutura maior, que não era possível em função da limitação de espaço nos aeroportos. A resposta da Boeing para o problema foi o primeiro avião de corredor gêmeo (fuselagem larga), o Boeing 747. A tecnologia do B707 era de primeira geração e também estava ficando rapidamente obsoleta no que tange ao barulho e consumo de combustível.
A TWA foi a última empresa americana a aposentar o B707. Seu último voo de passageiros utilizando este tipo de aeronave, foi em 30 de outubro de 1983, embora os B707 tenham permanecido a serviço em linhas aéreas de outros países por mais tempo. Por exemplo MEA do Líbano, onde os B707 e B720 voaram em serviço de passageiros até o final dos anos noventa, LADE da Argentina com seus B707-320B até 2007. A Saha do Irã é a última empresa aérea regular a manter o B707 em serviço regular de passageiro. O B707-320C da Saha, é utilizado para vôo doméstico noturno entre Tehran e Ilha de Kish e também um vôo semanal entre Tehran e Mashhad na sexta-feira.
Variações
- Boeing 707-100 : Foi a primeira versão, vendida para a Pan Am;
- Boeing 707-200 : Com motores Pratt & Whitney;
- Boeing 707-300 : A versão de maior sucesso, com melhorias e novos motores;
- Boeing 707-400 : Com motores Rolls-Royce;
- Boeing 720 : Versão menor, para pistas curtas.
707-100
|
707-300
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Tripulação de cabine
|
3 ou 4
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Passageiros
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110-179
|
147-219
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Comprimento
|
44,07 m
|
46,61 m
|
Evergadura
|
39,90 m
|
44,42 m
|
Altura
|
12,93 m
|
12,93 m
|
Peso máximo de decolagem (MTOW)
|
116570 kg
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151320 kg
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Peso da aeronave vazia
|
55580 kg
|
66406 kg
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Pista mínima para decolagem
|
3330 m
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3280 m
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Capacidade de combustível
|
65600 L
|
90300 L
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Pista mínima para pouso
|
1875 m
|
1813 m
|
Alcance Operacional
|
5200 km
|
6,920 km
|
Alcance Máximo (MTOW)
|
8704 km
|
10650 km
|
Velocidade de cruzeiro
|
1000 km/h
|
972 km/h
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Largura da fuselagem
|
3,76 m
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Motores (4 x)
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Pratt & Whitney JT3D-1
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Pratt & Whitney
JT3D-3 ou JT3D-7
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Abaixo B707 que operaram para empresas brasileiras
Força Aérea Brasileira
Abs,
Carlos