O Lockheed
L-1011 Tristar, também conhecido como L-1011 foi o terceiro avião a jato de passageiros do tipo widebody a entrar em operações. Foi
precedido pelos modelos Boeing
747 e o McDonnell
Douglas DC-10. Assim
como o DC-10, o TriStar é um avião trijato.
Entre
1968 e 1984, a Lockheed produziu um total de 250 TriStars. Devido ao baixo
número de vendas, após o encerramento do projeto L-1011, a Lockheed se retirou
do mercado de aviões comerciais.
Design e desenvolvimento
Na década
de 1960 do século XX, a American Airlines procurou a Lockheed e a Douglas (posteriormente
McDonnell Douglas) e informou que necessitava de um avião de carreira que fosse
menor que o 747, mas ainda assim capaz de carregar um grande número de
passageiros para locais longínquos como Londres e a América Latina a partir de hubs em Dallas e
Nova Iorque. A Lockheed já havia abandonado o mercado de aviões comerciais
desde o final da década de 1950 devido a problemas com o L-188
Electra, que
havia sofrido uma série de acidentes no início das operações devido a problemas
de vibração nas asas. Entretanto, por ter enfrentado dificuldades com alguns
projetos de aviões militares, a Lockheed demonstrou interesse em regressar ao
mercado de aviões civis, e o resultado disso, foi o L-1011 TriStar. A aeronave
foi originalmente concebida como um jumbo de dois motores, mas o projeto de um
trijato foi escolhido por dar ao avião uma aceleração suficiente para decolar
da maioria das pistas já existentes.
O design
do L-1011 se caracterizava por dois corredores internos com um total máximo de
400 passageiros e três motores que foram projetados para diminuir o ruído. Na
década de 1970, a Eastern Airlines apelidou o L-1011 de "The Whisperliner",
devido ao baixo nível de ruído dentro da cabine de passageiros. Além disso, o
TriStar apresentava melhorias de segurança e eficiência operacional. A
principal diferença visível entre o L-1011 e o Douglas DC-10, é o motor que
fica na cauda da aeronave. O motor do DC-10 é montado sobre a fuselagem para
dar mais potência, enquanto o motor do L-1011 é montado na fuselagem da cauda através de um duto no
formato S (similar ao do Boeing 727) a fim de melhorar o nível de
silêncio e de estabilidade. Um grande diferencial entre o L-1011 e o DC-10 foi a adoção do motor Rolls-Royce RB211 para o modelo da Lockheed. O
RB211 turbofan foi o que tornou o L-1011 mais
eficiente, o que seria um grande argumento de venda.
Embora
tenha demonstrado um considerável interesse pelo Lockheed L-1011, a American
Airlines optou pelo Douglas DC-10. Com isso, a American Airlines, tentou
convencer a Douglas a reduzir o preço do DC-10. Sem o apoio da American Airlines, o
TriStar foi lançado com pedidos da TWA e da Eastern Air Lines. Embora o cronograma de desenho
do Tristar foi seguido de perto pelo seu concorrente, o DC-10, Douglas superou
o mercado da Lockheed por um ano devido a atrasos no desenvolvimento motor. Em
fevereiro de 1971, após custos maciços de desenvolvimento, associados ao motor
RB211, a Rolls-Royce entrou em concordata. Isso levou a Lockheed a cessar as
produções do L-1011, pois era muito tarde para substituir os fornecedores de
motores para a General Electric ou Pratt & Whitney.
O governo
britânico concordou em aprovar um grande subsídio estatal para reiniciar as
operações da Rolls-Royce na condição de o governo americano garantir os
empréstimos bancários necessários para completar o projeto do Lockheed L-1011. Apesar de haver uma certa oposição por
parte do presidente Ronald
Reagan, o
governo americano concedeu as garantias de empréstimos para a Rolls-Royce. Até a conclusão do projeto
RB211, a Rolls-Royce permaneceu como uma empresa estatal.
O
protótipo do L-093 (código de projeto do L-1011 TriStar) realizou seu primeiro
voo em 17 de Novembro de 1970. A tripulação para aquele voo foi
composta por H. B. Dess (piloto), Ralph C. Cokely (copiloto), e G. E. Fisher
(engenheiro de desenvolvimento). O L-1011 foi certificado em 14 de abril de
1972 e o primeiro avião de carreira foi entregue à Eastern Airlines em 26 de
abril de 1972 pelo famoso piloto de testes Tony LeVier.
O L-1011
foi o primeiro widebody a receber a certificação da FAA pelo seu sistema de autolanding do tipo Cat-IIIc, que permitia que o trijato pousasse com segurança
mesmo sem nenhuma visibilidade. O L-1011 também tinha um sistema DLC,
que permitia que o avião fizesse aproximações mais suaves durante a
aterrissagem. O DLC (Direct Lift Control) ajuda a manter o ângulo de descida,
por ter implantado um spoiler que vai descendo gradualmente sob as asas. Assim,
ao invés de manter uma descida pelo ajuste do pitch, o DLC ajuda a controlar a
descida, mantendo um ângulo de inclinação mais consistente, usando quatro
sistemas hidráulicos redundantes; a produção também utilizava-se de uma
"autoclave" singular que mantinha os painéis da fuselagem juntos.
Isso fez com que o L-1011 se tornasse um avião extremamente resistente a
corrosão.
A
Lockheed subornou os membros do governo japonês a subsidiarem as compras do
L-1011 da All Nippon Airways (ANA). Isso resultou num escândalo que
levou o primeiro-ministro Kakuei Tanaka à prisão. Dentro da Lockheed, o
presidente da empresa Carl Kotchian e o vice-presidente e presidente do
conselho diretor Daniel Haughton se viram forçados a pedir demissão, o que
aconteceu em 13 de fevereiro de 1976. Tanaka foi julgado e considerado culpado
por violar as leis de controle cambial, mas não foi acusado por suborno,
considerada uma acusação legal ainda mais grave.
O
TriStar, produzido nas instalações da Lockheed em Burbank e em Palmdale, na Califórnia, enfrentou uma
competição acirrada com o Boeing 747 e, mais diretamente, com o
DC-10, com o qual ele é diretamente confundido. Em suas campanhas da década de
1980, a Trans
World Airlines se
gabava por ter um dos aviões mais seguros do mundo na sua frota, numa época em
que as atenções estavam voltadas para as questões de segurança dos DC-10, que
eram operados pela maioria das empresas concorrentes.
Entretanto, 446 DC-10 foram
vendidos, comparados a 250 TriStars, parcialmente por causa dos atrasos
enfrentados pela Lockheed e também devido ao fato de uma versão do L-100 com
maior alcance não ter sido inicialmente oferecida. Sob o controle do Estado, os
custos da Rolls-Royce estavam fortemente controlados, e os esforços da
companhia estavam amplamente ligados ao projeto original do TriStar. A
concorrência, notoriamente difundida pela General Electric, foi mais rápida ao
desenvolver o motor CF-6 para maior aceleração, o que significava que um
DC-10-30 Intercontinental mais pesado pudesse chegar ao mercado. A
flexibilidade provida por clientes em potencial de um DC-10 rapidamente colocou
o L-100 em uma séria desvantagem comercial. A Rolls-Royce deu início ao
desenvolvimento de um motor mais rápido nas acelerações, o RB211-254 para o
L-1011-200 e -500, mas isso levou muitos anos para acontecer.
A
Lockheed precisava vender 500 aviões para zerar seu déficit operacional, mas em
1981, a empresa anunciou que iria encerrar a produção do L-1011 ao entregar o
avião de número 250, em 1984. A impossibilidade da Lockheed em atingir
rentabilidade levou a empresa a se retirar dos negócios de aviação civil.
LOCKHEED L-1011-385-3
TRISTAR 500
Maximum
passengers capacity:
|
315 pax
|
Length:
|
50.05 m
|
Height:
|
16.87 m
|
Wingspan:
|
50.09 m
|
Wing
area:
|
328.96
m²
|
Wing
aspect ratio:
|
7.63
|
Tailplane
span:
|
21.82 m
|
Wheel
track:
|
10.97 m
|
Wheel
base:
|
19.71 m
|
Typical
cruise Mach number:
|
0.83
|
Maximum
operating Mach number:
|
0.90
|
Engines:
|
Rolls-Royce RB211-524B4-02 (50,000 lbs)
|
Fuel
capacity:
|
96,615
kg
|
Maximum
take-off weight:
|
231,332
kg
|
Maximum
landing weight:
|
166,922
kg
|
Empty
weight:
|
112,091
kg
|
Maximum
zero fuel weight:
|
153,314
kg
|
Maximum
payload:
|
41,050
kg
|
Maximum
range:
|
5,600
nm
|
Take-off field with maximum load (MSL/ISA):
|
9,400
ft
|
Service
ceiling:
|
43,000
ft
|
Flight
crew:
|
2
Pilots and 1 Flight Engineer
|
Histórico operacional
O L-1011
utilizava-se de um INS (Sistema de Navegação Inercial)
para operar suas necessidades de navegação. Isso incluía alinhar o sistema de
navegação através das coordenadas atuais de altitude e longitude. O INS
armazenava apenas nove waypoints em sua memória.
Aviação civil
Delta
Air Lines foi a
empresa que operou o maior número de L-1011 TriStars. A Cathay Pacific eventualmente se tornou a maior
empresa não americana desta aeronave após adquirir muitos dos aviões da Eastern Airlines após a falência da companhia,
operando assim, um total de 21 aeronaves.
A maioria
das grandes operadoras do L-1011 já os retirou de suas respectivas frotas. A
Cathay Pacific retirou seus L-1011 da frota em outubro de 1996, com a chegada
dos Airbus A330-300. A TWA retirou seu último L-1011 em 1997. Em 2001,
a Delta os substituiu pelos Boeing 767-400ER.
O L-1011
TriStar ainda é utilizado por pequenas empresas em início de carreira,
principalmente na África e na Ásia. Tais empresas utilizam-no em negócios de
voos charter e wet
leasing. A frota
da ATA
Airlines
(anteriormente conhecida como American Trans Air) incluía aproximadamente 19
TriStars, mas devido a dificuldades financeiras a companhia reduziu sua frota
de TriStars para apenas três até o encerramento das atividades da companhia, em
abril de 2008.
Os dois
L-1011 que foram entregues à PSA foram configurados com uma porta de entrada
localizada na cauda do avião. Esse recurso foi empregado a fim de que
passageiros pudessem embarcar em aeroportos da América Latina, que não tinham
portões de embarque do tipo finger. Estas duas aeronaves foram posteriormente
operadas pela Aeroperú e pela Worldways Canadá.
Aviação aeroespacial
No começo
da década de 1990, a Orbital Sciences começou a usar uma versão
adaptada do L-1011-500, chamada de ‘’Stargazer’’ para lançar os foguetes
Pegasus na órbita da Terra. Esta aeronave também foi usada
para auxiliary os programas espaciais do X-34 e X-43. A NASA realizou pesquisas em aerodinâmica no L-1011 da
Orbital Science em 1995.
Aviação militar
O TriStar
também foi utilizado como aeronave de reabastecimento e também como aeronave do
tipo passageiros e carga. A Royal Air Force possui nove aeronaves de quatro
variantes. As aeronaves são L-1011-500 que anteriormente pertenceram à British Airways e Pan Am. Todas as aeronaves servem o Esquadrão 216 e estão
na base de RAF Brize Norton. Os TriStar permanecerão em
serviço com a RAF até o final da década de 2000, quando eles serão substituídos
pelos Airbus
A330 MRTT do
Programa de Aviões-Tanque do Futuro (Future Strategic
Tanker Aircraft (FSTA).
Abs,
Carlos
Fontes: Google
Wikipedia