VOO 7K 9268 – JUNTANDO PEDAÇOS DO CENÁRIO




As caixas pretas do Airbus A321 da Metrojet, já estão em Moscou para serem analisadas.

É sempre fundamental poder encontrar e analisar as caixas pretas de um avião acidentado, pois mesmo com indícios consistentes e fatos claramente reveladores, algumas vezes até, praticamente conclusivos, o Cockpit Voice Recorder (CVR) e o Flight Data Recorder (FDR), sempre trarão à luz informações, que complementam as já recolhidas, revelarão o que não pôde ser apurado, bem como mostrarão os instantes finais do voo, com os diálogos e sons da cabine.

Paralelamente, destroços são recolhidos e analisados, o histórico da aeronave é estudado e os registros de manutenção são meticulosamente investigados.
Se houve explosão interna de algum artefato plantado a bordo, a fuselagem apresentará marcas de queimadura e torções de dentro para fora no ponto exato, onde se deu a explosão, é quase que uma impressão digital inconfundível. Se por acaso a aeronave for abatida por um míssil, por exemplo, também ficarão impressões muito claras, começando pela abertura da fuselagem no ponto de impacto do projétil, com torções e rasgo de fora para dentro do avião. Em caso de despressurização explosiva, sinais típicos serão encontrados e que somados a outras informações e reações da aeronave, poderão determinar inclusive, o ponto exato onde se deu a primeira ruptura, além de se descobrir, se foi fadiga estrutural, algum reparo mal feito, erro de projeto, etc..

No caso do Airbus da Metrojet, voo 9268, algumas hipóteses extras estão sendo levantadas e investigadas com maior cuidado, porque além do histórico de tail strike em 2001 no aeroporto da cidade do Cairo - Egito, existe a questão política e de conflito na região do acidente.

Meu único propósito aqui, é levantar alguns fatos a respeito deste avião ao longo da sua trajetória e trazer à tona uma reflexão a respeito da região da queda e o contexto político, sem nenhuma pretensão de concluir o que quer que seja. Cada um analise como quiser, estes são os fatos até agora.
A notícia de um acidente aéreo é sempre bombástica. “Acabamos de receber a notícia, de que um Airbus A321, de uma empresa aérea russa caiu no Egito. As primeiras informações, são de que pode ter sido na região da Península do Sinai e ainda não há informação sobre vítimas, nem quantidade de pessoas a bordo”.

Basicamente é sempre assim e com o voo 9268 não foi diferente e nessas horas, eu sempre corro pra internet atrás das primeiras informações, mas neste caso, logo de cara me saltaram aos olhos: primeiro, a região do acidente; segundo, os dados do site “Flight Radar 24”.

Fiquei tão impressionado, que publiquei na hora o vídeo deles, aqui no blog.
É impressionante, como o avião perde a velocidade de 404KT para 93KT e passa de 33.500 FT para 28.350 FT, em apenas 26’ segundos.

Agora, à medida que o tempo passa e vão se recolhendo mais informações, começam a surgir várias teorias. Vou citar as teorias e descobertas, que correm até o momento.


Ruídos atípicos no 'cockpit' e foco de calor detectado por satélite

 

Investigadores começaram a análise das caixas pretas do avião

Quatro minutos antes do Airbus da Metrojet desaparecer dos radares, o piloto fez contato com o controle de tráfego aéreo, para passar informações de rotina. Mas os sons que antecederam a tragédia não foram sons de rotina. Segundo a agência russa Interfax, que cita a transcrição das gravações do cockpit registradas pelas caixas pretas, os ruídos foram "atípicos" e a situação desenvolveu-se de forma "súbita e inesperada". Satélites militares norte-americanos detectaram um foco de calor na mesma altitude, o que pode indicar que houve uma explosão (de uma bomba ou do motor, por falha técnica).
"Este pode ser um longo processo e não podemos falar dos resultados à medida que avançamos", afirmou à Reuters o porta-voz do Ministério da Aviação Civil egípcio, Mohamed Rahmi, dizendo que não há elementos que provem que o aparelho se partiu ou se desintegrou no ar. Este cenário é, contudo confirmado pelos russos. As teorias que se têm ouvido vão desde um ataque com um míssil a uma bomba a bordo, passando por um problema estrutural provocado por um acidente em 2001, no qual a cauda do aparelho bateu na pista durante um pouso no aeroporto da cidade do Cairo, procedente de Beirute, quando a aeronave ainda era operada pela MEA - Middle East Airlines. A aeronave foi reparada.

Quando ainda pertencia à MEA

A teoria do rompimento na cauda do avião faz muito sentido também, porque em 1985 um Boeing 747 da Japan Airlines perdeu parte da cauda em voo, colidindo ao final contra uma montanha, matando 520 pessoas, sendo até hoje o acidente aeronáutico com o maior número de mortos em um só avião, em toda a história da aviação. Por incrível que pareça, quatro pessoas sobreviveram a este acidente. O 747 da JAL havia batida a cauda, cerca de quatro anos antes e as investigações conseguiram provar, que houve erro no reparo da cauda do avião, que com a sucessão de esforços ao longo dos anos, quebrou em pleno voo. O engenheiro da Boeing, que foi responsável pelo reparo, se suicidou quando soube da notícia.

Voltando ao voo 9268, uma fonte citada pela Interfax informou, que "ruídos atípicos de um voo de rotina foram registrados antes do momento em que o aparelho desapareceu dos radares". A mesma fonte revelou que a situação se desenvolveu de forma "súbita e inesperada", mas a agência de notícias russa não acrescentou mais pormenores.

De outro lado, os Estados Unidos revelaram, que um satélite militar norte americano detectou um foco de calor proveniente do A321 da Metrojet no momento em que desapareceu dos radares - o que "sugere um acontecimento catastrófico" durante o voo. Entre as causas possíveis, segundo analistas citados pela CNN, figuram a explosão de uma bomba no interior do aparelho, a explosão de um motor, um foco de incêndio provocado por um problema estrutural do avião (perda de parte da cauda, por exemplo), ou o choque de destroços no solo.

A agência oficial de notícias russa Sputnik cita um médico egípcio, que teria analisado os corpos das vítimas afirmando, que os danos não correspondem aos esperados em caso de explosão a bordo. A mesma agência citava um tabloide russo, LifeNews, que dizia ter tido acesso aos exames forenses. Segundo estes, as vítimas que estavam na parte de trás do avião "morreram por causa de ferimentos de explosão" - e tinham partículas de metal e outros materiais do avião no corpo - enquanto as que estavam na parte da frente morreram de causas diferentes, incluindo perda de sangue, choque ou múltiplas fraturas. Os corpos das vítimas já estão todos em São Petersburgo, onde acontecem os procedimentos para a identificação.

Propaganda terrorista

Numa entrevista à BBC, o presidente egípcio, Abdul Fattah al-Sisi, explicou que a reivindicação feita por um grupo ligado ao Estado Islâmico é mera "propaganda", cujo objetivo é "danificar a estabilidade e segurança do Egito e a imagem" do país. "Acreditem em mim, a situação no Sinai, especialmente nesta área limitada, está totalmente sob o nosso controle", disse.

O movimento Província de Sinai surgiu após a queda do presidente Hosni Mubarak, em 2011, e aumentou os ataques dois anos depois, na sequência do golpe apoiado pelos militares que afastou do poder o islamita Mohamed Morsi. Há um ano o grupo, responsável pela morte de centenas de policiais e militares, decretou fidelidade ao Estado Islâmico. No sábado, eles reivindicaram a responsabilidade pela queda do avião, dizendo ser uma represália pelo envolvimento da Rússia na guerra contra o Estado Islâmico na Síria.

No final da tarde de hoje, um porta voz do primeiro ministro britânico disse, que a queda do avião russo no Egito teria sido causada por um “dispositivo explosivo”, segundo a CNN. 

“Com as informações que têm chegado, estamos cada vez mais preocupados de que o avião talvez tenha caído por causa de um artefato explosivo”, disse um funcionário do gabinete do primeiro ministro David Cameron. Como precaução, as autoridades britânicas decidiram cancelar os voos desta quarta-feira com destino a Sharm el-Sheikh, no Egito, enquanto as equipes testam a segurança no aeroporto, informou o mesmo porta voz.

Como podemos observar, esta é uma investigação, que vai muito além da aeronave e sua operação

2 comentários:

  1. Por ver tanto incidentes com aeronaves fico com mais medo ainda de por os meus pezinhos dentro de um avião,valeo Carlos o seu blog e demais.

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  2. Fique tranquilo, porque avião só perde para elevador, em termos de segurança.
    Obrigado pela visita.
    Abraço

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