A Boeing vai quebrar?




Esta foi provavelmente uma das perguntas mais recorrentes no último ano, mas a resposta é não, sem nenhuma dúvida.

No próximo dia 29 de janeiro, sairá o relatório com os resultados financeiros de 2019 e certamente os acionistas tomarão mais um susto. Mesmo com a divulgação anterior feita pela Boeing, prevendo um custo de aproximadamente US$ 5,6 bilhões com compensação dos clientes, por conta dos problemas com o 737 MAX, os especialistas dizem, que este número é só o começo da conta.


Há muitos outros custos, que entram nessa conta, como o treinamento em simulador de voo, que deve somar mais US$ 5 bilhões, segundo os analistas da Bloomberg George Ferguson e François Duflot.
Também o economista Chris Tarry, disse que a Boeing tem mais uma conta de cerca de US$ 8 bilhões, em compensação por lucro cessante às companhias aéreas.


Existe ainda o custo das alterações de software e nas aeronaves, além das despesas para transladar cerca de 400 aeronaves estacionadas, de volta para seus clientes, os atrasos na certificação e diminuição com posterior suspensão temporária da produção, gerando aí mais um custo de cerca de US$ 3,6 bilhões, segundo os analistas Jefferies, Sheila Kahyaoglu e Greg Konrad.

Vários analistas e consultores do setor também acreditam que a Boeing terá que apoiar financeiramente sua cadeia de suprimentos, para que os fornecedores possam aumentar as taxas de produção do MAX novamente, da maneira mais eficiente possível.

Para resumir, pode demorar anos para que todo o prejuízo dos MAX, seja conhecido. Ron Epstein do Bank of America, estima que o custo poderá chegar a US$ 20 bilhões, no período entre 2019 e 2023, se o MAX voltar a operar até julho e excluindo prováveis acordos judiciais com as famílias das vítimas dos dois acidentes fatais.

Parece tudo acabado mesmo, mas a Boeing tem cerca de 140.000 funcionários, com um faturamento de US$ 101,1 bilhões (2018) e um lucro de US$ 10,5 bilhões, 24% maior do que 2017. Estes são os números do relatório anual de 31 de janeiro de 2019.

Todos os números são gigantescos, por isso assustadores, mas devemos nos lembrar, que a Boeing é gigante também e certamente sairá dessa fase a médio prazo.

Que volte logo o 737 MAX.


Fontes: Bloomberg, Aviation Week, Boeing Company e Bank of America Merrill Lynch


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